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quarta-feira, 27 de março de 2013

500 days with Summer, Mano Brown e nós


Isso não é uma história de amor. E eu nem sei se é uma história sobre ele.
Eu gosto de contar meus casos e sempre que o faço, aos amigos, algum deles solta : '' Tem coisas que só acontecem com você.'' É um fato.
Com você foi assim. Não teve muito romance explícito, porque você não gosta disso e eu acredito que eu quase não gosto também. Mas teve desejo de sobra. E o destino contribuiu o tempo todo, parecia gritar : '' Não adianta fugir, porra.''
Eram o que ? 10 mil pessoas ? É por ai, 10 mil pessoas. E eu resolvi falar asneira bem atrás de você.
- Olha moça, não é por nada não, mas se o Mano Brown sai do Racionais, o Racionais acaba.
Eu tentei me explicar, você só me achava patricinha demais, acompanhada de um ou outro bombadinho sem noção. Mas ai, você e eu, olhamos direito um pro outro e foi assim, porque tesão não precisa de motivo.
Trocamos meia dúzia de palavras e me afastei, te olhava de longe e na sua música, você me olhou sem saber se era para fugir comigo ou se eu era só mais uma menina que não sabia o significado de nada, berrando que era vida loka.
Um beijo no rosto foi o suficiente para eu entender, você também me queria.
Mas a vida tem dessas coisas, a gente vai embora sem nem saber o nome da pessoa, pensava eu no carro, enquanto voltava para casa achando que nunca mais ia te ver na vida.
Engano meu. Os mistérios da vida virtual são absurdos. Você já sabia meu nome, meus gostos e eu, tão assustada com o destino, não sabia o que fazer do desejo contido no peito. Coincidência ? Não.
Me contava (e conto) nossa história intensa e rápida, passando por cada detalhe que me lembro.
E o destino não desistiu, na única festa do mundo que a gente não podia ficar junto, olha você lá.
A gente brincando de andar de mãos dadas, de namoradinho. Ninguém sonhava que aquilo era uma brincadeira cheia de segundas, terceiras e milésimas intenções. Era bom estar ali.
A euforia por uma possibilidade tão sonhada, perdeu um pouco do brilho na porta daquele banheiro. Muita coisa ali não importava mais. Vem comigo que eu te levo pro céu.
Não fomos, não ali. Eu aprendi a ser descolada, a fugir de tudo, mas ainda tinha medo de errar. Deixei você ir de novo.
O destino não acreditava. ''Essa menina tá brincando comigo.''
Fiquei com aquele beijo na boca e com sua resistência na cabeça. Não sabia o que fazer, o que era aquilo ?
Desejo, paixão, romance ?
As festas de fim de semana passavam e eu não sabia se era medo de te ver, vontade ou saudade. O seu medo me contagiou e a gente ficou meio assim, meio sem saber como ia ser da ponte pra lá. É !
Cheguei e vi você numa fila, seus amigos, seu sorriso e gentileza de sempre. Esse texto nasceu ali.
Mais uma vez não sabia o que fazer, te olhava de longe, com medo de te perder para alguma daquelas modernetes. Resolvi : era ali, pronto.
Ah ! O beijo. A gente se beijava como se fosse a última vez, e talvez fosse, somos eu e você. Sem roteiro, sem historinha, mas com um destino e um desejo a nosso favor (ou contra ?)
Existem sim, coisas mais fortes que nossas determinações, hoje, depois de você, eu não duvido.

E voa, seu sorriso e seu abraço não combinam com prisões e nem corações de pedra.
Se for pra ser, um dia a gente se revê. Que assim seja.


'' De três minutos comigo, dois cê só dava risada.''