Páginas

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Do Amor



Poucas coisas na vida modificam alguém como o amor.
Algumas pessoas acham que o mal do mundo é a banalização do amor. Estão erradas. O mal do mundo é a falta de amor e o medo de amar. Só basta ser sincero num segundo e acreditar.
Não se ama alguém 100% em uma semana, eu concordo com os racionais, mas sim, se sente amor em um segundo.
No momento antes do beijo, no abraço que quer gritar "fica!", na boca que diz ''foi bom te conhecer.''. Ou naquela média de 73 vezes que você pensou nela na manhã seguinte enquanto preparava o café. O amor é simples.
Acordei hoje pensando como o segundo de amor vale a pena. E como minhas entregas e sorrisos se resumem nesse segundinho em que eu (mesmo que sozinha) achei que o mundo podia (e pode!) ser um lugar lindo.
Não consigo e não me peçam para ser egoísta. Eu não sou.
E por dar tanto amor, as vezes me cobram caro quando esses segundos não bastam para satisfazer o ego.
Não existe relação frustrada quando nem que seja por um milésimo de segundo, se sentiu amor.
Num abraço, num sorriso, numa chegada às 14:15 da tarde de terça. O amor é cada detalhe.
Não conheço ninguém que morreu por dar amor, não temo, mesmo que depois de tantos desencontros, amar de novo e de novo e de novo. Cada um que passou pela minha vida, deixou um pouco de si comigo, nem que seja a lição.
Eu, que por tantas besteiras temi ser má, provavelmente e graças ao Amor nunca fiz ninguém chorar. Que permaneça assim e que venham muitos segundos de amor, até que uma hora ele se cansa de ir e fica para sempre.

Eu não me arrependo de nada.
Ter fé e ver coragem no amor.
É isso !



" Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa. (...) Eu sou o amor da cabeça aos pés. "

sábado, 25 de maio de 2013

Lugar de MULHER é onde ela quiser.

Minha mãe engravidou de mim solteira, aos 37 anos, com um emprego fixo, bom e há quase 20 anos atrás. Apesar do meu pai ter dado apoio durante a gravidez, ela até hoje carrega uma certa mágoa por não terem se casado - "nem que seja no civil", ás vezes ela reclama - talvez por isso, ou por tantas outras pequenas coisas que formam o caráter da gente, ela tem pavor que eu engravide sem casar.
Já tivemos discussões calorosas sobre o tema sexo, virgindade, casamento e homens, mas eu tenho que assumir que entendo os medos dela. Mesmo aos 37 anos, ela sofreu muito com as fofocas e questionamentos por carregar um barrigão de grávida sem uma aliança no dedo. Minha avó, mãe dela, sofreu o dobro, talvez, quando descobriu a filha grávida e solteira. Não a julgo, ela veio de uma família tradicional, patriarcal e tinha medo do sofrimento que a filha ia passar (e passou). E nunca, em hipótese alguma, me destratou perante os outros netos. Era só amor.
Hoje, pensar nisso é quase engraçado. Ser mãe solteira aos 16 é praticamente normal, todo mundo conhece alguém que foi, é ou engravidou antes de chegar aos 20.
Comecei esse texto contando a história da minha mãe - e a minha - porque sempre ficou claro que para o meu pai, as coisas foram muito mais tranquilas, ele nunca sofreu nenhuma repreensão ou se sentiu ofendido com  comentários da família. Quando meus avós descobriram que viria uma netinha, ah, que alegria, foi uma festa !
Descobrir que uma mulher transou antes de se casar, mesmo na década de 90, era algo que causava desconforto na família. Até hoje para alguns é assim.
Os acontecimentos fizeram da minha mãe uma mulher machista, mais por medo que por pensar assim.
Namorados não dormem aqui fácil, e se dormem não pode ser junto de maneira nenhuma, sexo na cabeça dela é só depois de casar.
Mas calma, não odeie a minha mãe, ela é legal, só pensa como 98% das pessoas por muitos motivos que não cabe citar um por um aqui.
E talvez você também seja machista quando chama de puta aquela amiga que transou com um cara na mesma noite que o conheceu. Ou aquela menina que apareceu na festa com um vestido curto demais.
Meu conceito de puta é o seguinte : transou querendo algo em troca além do próprio prazer e de proporcionar prazer ao outro(a), é puta. Não que isso seja errado, é só o meu conceito.
Sentir e dar prazer não deve ser vergonha para ninguém quando as duas (ou mais) partes estão de total acordo.
Algumas vezes, na minha curta experiência de vida, me senti exposta e desprotegida ao ficar a sós com um homem. Sentindo que a qualquer momento, caso passasse na cabeça dele, ele poderia ali, fazer de mim o que quisesse, sem que eu tivesse forças pra me defender. Bom, por sorte, dos caras que eu conheci e me relacionei eu posso reclamar de muita coisa, mas nunca fui desrespeitada no quesito sexo. Nunca fui obrigada a fazer o que eu não queria pelo simples fato de ser mais frágil. Mas não é isso que acontece sempre.
Segundo uma pesquisa feita pela CFEMEA ( Centro Feminista de Estudo e Assessoria )
  • 51% dos entrevistados declaram conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro.
  • 75% consideram as penas aplicadas em casos de violência contra a mulher são irrelevantes.
  • O ciúme é o segundo motivo para agressões contra mulheres.
  • Uma em cada seis mulheres sofre com a violência doméstica, nos países pesquisados.
  • Em São Paulo, 29% das mulheres entrevistadas que já tiveram relações íntimas com homens afirmaram que já foram vítimas de agressões físicas ou sexuais cometidas por um parceiro. Nos municípios pernambucanos, esse número chegou a 37%.
  • Na comparação com os outros nove países pesquisados, os índices das cidades brasileiras foram semelhantes aos registrados na Tailândia e na Namíbia.
  • 1 bilhão de mulheres já foram espancadas ou estupradas. 1 bilhão de mulheres, ou uma em cada três do planeta, já foram espancadas, forçadas a ter relações sexuais ou submetidas a algum outro tipo de abuso.
  • 20% das mulheres são alvo de estupro.
  • De cada cinco mulheres no mundo, uma será vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro até o fim de sua vida.
  • Nos Estados Unidos, uma mulher é agredida por seu marido ou parceiro a cada 15 segundos. Na França, 25 mil mulheres são estupradas por ano.
    (Fontes dos dados acima: Relatório da Anistia Internacional)
  • Um terço das mulheres entrevistadas (33%) afirmam que a violência sexual é a forma mais grave de violência doméstica, seguida pela violência física(29% ). Para 35% das mulheres brasileiras os tipos mais graves de violência são os mais sutis e que não deixam marcas aparentes, como é o caso da violência moral e da psicológica.
  • Em quase todos os casos de violência, mais da metade das mulheres não pede ajuda. Somente em casos considerados mais graves como ameaças com armas de fogo e espancamento com marcas, cortes ou fraturas, pouco mais da metade das vítimas (55% e 53%, respectivamente) recorrem a alguém para ajudá-las.
Os números me assustam. Me lembrei de uma vez, quando eu tinha meus 11 anos e um velho parado no sinal, dentro de um ônibus, fez gestos obscenos pra mim. Aquilo me enojou de uma forma absurda e eu, automaticamente imaginei que a culpa era minha, por estar arrumada demais para ir a escola.
Semana passada, fui a um show com uma blusa curta, e um cara tentou beijar minha barriga. Fiz um escândalo, gritei e ele me disse ''eu sei que você curte''. Os amigos dele me pediram desculpas alegando que ele estava bêbado e eu continuei caminhando, mas dessa vez, diferente de quando eu era criança, eu soube que a culpa não era minha, afinal, a barriga é minha e eu posso usar a blusa no comprimento que eu quiser. Não é um convite para que me beijem.
Acreditem ou não, machistas, nossas roupas não tem nada a ver com vocês.
Quando nós, mulheres e vocês homens de verdade, vamos nos unir para gritar ao mundo que a culpa da violência contra a mulher NUNCA é dela ? Que a mulher tem direito de sentir calor, prazer, se sentir bem com uma roupa sem ser atacada, estuprada, abusada ?
Anseio para que esse dia chegue rápido, rezo para que nem eu, nem você e nem ninguém seja vítima de uma violência estúpida e horrível por parte de um doente desses.

Amanhã (25/05/2013) vou estar na Marcha das Vadias, tentando chamar a atenção para o direito de ser da mulher.
Vadias somos todas nós.

Marcha das Vadias Belo Horizonte - MG (25/05/2013)
Concentração: 13.00h, na Praça da Rodoviária. Saída às 14:00h em direção à Praça da Estação, passando pela Rua Guaicurus. Da Praça da Estação, subiremos a rua da Bahia em direção à Praça da LIBERDADE.

 Evento no Facebook


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vendo coragem no amor pt 2

 O amor é muito mais sublime que qualquer definição que eu escreva aqui. Jamais castiguem o amor por suas próprias escolhas erradas. Não culpem o amor. Acreditem e tenham fé.
Desculpa amor, eu te culpei sem ter te conhecido. Ainda.


terça-feira, 7 de maio de 2013

Ainda bem que eu existo.


Entro no ônibus e vejo até onde dá. Não dá pra passar muito perto do ponto que eu descia pra ir pra sua casa porque eu tenho medo das minhas pernas me traírem e me levarem até lá. Eu sei, meu orgulho me traí umas duas vezes na semana quando chegam ai aquelas mensagens chatas, dizendo da minha saudade, eu imagino sua cara de ''ah, que mina chata!!!"
Não, eu não vou ficar plantada na sua porta, não vou tocar sua campainha de madrugada. Eu ainda tenho um pouco de amor próprio e morro de medo de você me expulsar.
Me pego pensando nos detalhes, na história do Pé de Feijão que você inventou pra me arrancar um sorriso, no nosso último dia. Se eu soubesse que era nossa despedida, eu teria te abraçado mais uma vez.
Eu detesto quando o ônibus chega meio ali perto daquela confeitaria e eu entendo que eu não vou pra sua casa, porque se eu fosse, era ali que eu descia. Eu era feliz andando, eu sentia que o mundo sabia : eu sou amada, viu ?
Eu tenho medo de escrever um texto por dia, eu tenho tanto medo de você se apaixonar de novo e eu ver. Na rua, na internet, numa festa dessas que a gente vai pra dançar e rir de quem a gente tem preguiça. Eu passei a detestar todas as meninas do mundo porque eu tenho medo de uma delas encantar você. Eu penso nisso e sinto a maior dor do mundo.
Tenho medo de te querer de volta e aceitar qualquer coisa.

 Desculpa, mas não vou pedir desculpas por gostar de você.

Eu não sou como as outras, eu sou de verdade, eu não consigo matar, esconder, negar, fingir que tudo bem. Eu vou chorar a minha saudade até que ela morra. Ela vem morrendo, mas meu coração se confunde na vontade de te ter comigo e no alívio de não sofrer.
Eu devia detestar você, lembrar que não tivemos um fim bacana com uma conversa clara porque você só dizia ''sem dr''  ''chega de drama''. Eu não consigo, eu até faço uma força, lembro de você meio nem ligando pra minha dor, mas não dá, eu fecho os olhos e vejo você me olhando pedindo pra ficar. Tudo que você chama de insulto, eu chamo de tentativa de me lembrar que eu não devia estar aqui. Nada adianta. Eu sou uma boba.

Ainda bem que saudade não mata. Ainda bem que sonhar não paga. Ainda bem que você existe e me fez lembrar como é bom ser eu. Ainda bem que eu não morri quando você disse ''se cuida, moça''. Ainda bem que o amor se esconde nos detalhes e que o mundo dá voltas. Ainda bem que eu tenho minha esperança (na vida) renovada. Ainda bem que existe a dança e eu afogo minhas dores nela. Ainda bem que meus amigos me conhecem, ainda bem que existem outras bandas que não são Oriente, ainda bem que ninguém ousa me chamar de nêga, ainda bem que eu ainda rego todos os dias o meu pé de feijão. Ainda bem que eu já deixei a muito de acreditar em príncipe, ainda bem que eu aceitei ser assustadoramente feliz ao seu lado, mesmo sabendo a dor imensa que vem depois disso. Ainda bem (pra você) que eu sinto saudades e não insulto ninguém. Ainda bem que você ainda pode contar comigo e eu digo. Ainda bem que eu enxugo minhas mágoas e ainda sou nós dois. Por enquanto.