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terça-feira, 11 de abril de 2023

Fundando as estruturas



 Recomecei. E da altura dos anos que eu tenho medo de encarar posso dizer que aprendi que é o meu superpoder: levantar e recomeçar. A menina de 14 anos que escrevia nesse blog ia ficar impressionada ao saber que encarei sozinha uma viagem de 10 horas de ônibus entre dois Estados em que eu não conhecia ninguém, só pra ser feliz. Que eu andei de cavalo na beira do mar, que eu fui 3 vezes aos desfiles de escola de samba no Rio. Conheci Salvador e lá tive o melhor encontro da minha vida: com minha liberdade e minha alegria. Que eu vivi uma história com um garoto skatista lindo passeando de mãos dadas nas areias de ipanema e ele nem virou um texto daqui. Ela também ia ter que saber que aquele medo de ter uma crise de pânico e não poder voltar pra casa imediatamente aconteceu, mas a gente não morreu não. A vida profissional é minúscula mas cada passo chego mais perto do meu caminho. 2022 foi de alegrias imensas, as maiores da vida. Mas também de confronto com uma apatia e vontade de morte que nunca conheci. E estou renascendo. Não tenho mais medo dos meus abismos porque eles moram em mim. Um dia de cada vez é a oração mais bonita do mundo. Mais uma vez inventei um romance para ver de novo brilho na vida mas finalmente aprendi a calar a boca. Levei as coisas boas na mala de mão e vazei. Cada dia que passa eu gosto mais de mim e eu queria voltar aqui pra dizer isso.