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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pagando língua



"Olá" ele disse, e depois disso veio o maior e mais sincero sorriso do mundo, e entre amigos, brindes de aniversário e eu maluca tentando agradar a todos, a gente se conhecia um pouquinho. Todo mundo sumiu, as conversas se calaram e a gente se beijou. Um beijo que traduzia muita coisa. Nós nos encantamos porque ele adorou minha coragem e porque adorei a fé dele. No outro dia rompi com meus lampejos de lucidez no não colocar os carros na frente dos bois e trouxe ele pra comer meu bolo de aniversário. E o feitiço da sorte fez com que ele, tão querido pelo carinho, não se assustasse comigo. O Rodrigo Amarante aprovou nos dois, de cima do palco. E posso dizer que por 5 segundos dividimos uma risada juntos, só nos 3. Ele me mimava como podia e eu tentava não pirar. Mas dois olhos que sorriem e uma mão firme pra segurar na hora do medo, me diziam : ''vem que eu te seguro''.
São quase dois meses me segurando todos os dias. E cada dia mais.
As vezes ele coloca bossa nova no carro e olha pra mim quando o sinal fecha com cara de carinho. Nosso desespero de viver um amor um com o outro, se acalma nas nossas horas de paz, quando ele fecha os olhos e se aninha no meu peito.
Minhas amigas vivem chamando ele de mozão e ele ri feito criança, enquanto me olha com ternura.
Desconfiava um pouco da veracidade dos meu namoros antigos porque nunca entrei de verdade na rotina e na família de alguém.Mas ele quer me mostrar pro mundo e o mundo dele gosta de mim.
A tão sonhada paz que eu sonhava ao lado de alguém chegou. Não sinto necessidade de que acreditem em nós porque eu já acredito,quase acho redes sociais insuportáveis e tenho preguiça de falar porque ele me ensinou que calado a gente também conversa.
Eu, que sempre vazei e transbordei tudo, hoje posso ficar contida e sem medo, mas sei que se eu quiser borbulhar, ele entende.
Um dia, deitada na cama dele, no escuro e ouvindo a chuva, eu agradeci por todos os caras que passaram por mim, eu precisava ser quem eu sou hoje, pra saber receber o que ele me dá. Não tenho medo de julgamentos porque em dois meses a gente acha que já se conhece a duas vidas e ele diz ''eu estou apaixonado por você''. Eu nunca demorei tanto pra dizer que amo alguém e por isso, a cada dia sem dizer que o amo, sinto que isso amadurece e se enche de verdades.

Eu não aconselho a ninguém que perca a chance de se jogar.
Se ninguém te segurar, como não me seguraram muitas vezes, cair ensina. E purifica e te faz agradecer a verdade e os erros e o destino e todos os falsos e medos.
Eu não perco mais a chance de me jogar...


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Irene


A sua sala cheia de delicadezas e seu medo de me ferir sem saber quem eu era direito. O seu pesar por não ter me visto nascer, o meu pesar por não ter ido me despedir. E por não ter compartilhado contigo essa coisa louca de ser neta única e a única menina depois de você. O teu ombro magro me amparando, as risadas, meus trejeitos, mimos, rejeições. O olhar de criança assustada. Duas crianças assustadas. Os livros. A minha mãe. Seus olhos verdes e seu sorriso me chamando de sua irmã. Seus cabelos brancos e a meu medo de não ser suficiente. Sua certeza em me dizer que eu era. Você presente, mesmo perdida na floresta escura do fim da vida. A minha busca por outras de você, minhas florzinhas amadas.
A rosa que você me mandou para dizer : estou aqui. O seu abraço frágil e cheio de força. A música.
Todas essas coisas juntas num só ponto : o ''eu te amo, vó'' entalado na garganta e adiado por um tempo estranho e cruel. Na nossa história o tempo não serviu pra nada, só pra nos separar. Mas o amor junta tudo. Eu sinto sua falta, eu sinto falta de ter conhecido melhor a mulher que me recebeu numa vida e numa casa nova.
A mulher que me salvou. Que me juntou ao meu pai, que fez dele esse cara especial e estranho.
Eu sei o que é ser a única e eu também sou você.


A morte não é o fim!!!



quinta-feira, 19 de setembro de 2013




" Mas então, numa quinta-feira a tarde, de um ano qualquer, tropeçamos nesse amor já supostamente esquecido e percebemos que amor igual não há e que aquela pessoa continua e continuará a ser nossa referencia afetiva mais sincera e profunda. Não é doença nem obsessão. Alias não é nada, só amor. Amor dos bons, daqueles que são únicos e maravilhosos, que acontecem poucas vezes na vida das pessoas. Daqueles amores que ficam e que teremos que conviver com ele como algo concreto e parte de nossas vidas.
(...)  Nenhum sentimento é mais lindo, profundo e transformador que o amor. "




Feliz Aniversário!!!!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Feminista, eu ?


 “Não se nasce mulher: torna-se.”

Esta frase célebre da Simone de Beauvoir me fez pensar em quando comecei a me identificar com o movimento feminista, no porquê fui a única da sala a ter coragem de levantar a mão quando o professor perguntou quem era a favor da legalização do aborto e tantas outras discussões do tipo, que nem sempre me envolvem mas faço questão de opinar.
Já contei um pouco da minha história no outro post sobre o feminismo e a liberdade (clica aqui pra ver) mas ainda assim não sei o momento exato que me interessei por ser livre dos padrões machistas e religiosos da sociedade.
Muito mais que convites pro farmville e amigas me marcando em fotos em que saí estranha, o que mais me irrita no facebook são as mulheres que curtem blogs do tipo ''o macho alfa'' e ''testosterona''. As mesmas mulheres que curtem quando os caras falam que se a mulher quer um cara bacana não pode pensar em sair pra dançar e beber. Afinal, mulher não pode beber e dançar sem que seja pra provocar um homem, né ?
A constituição machista tem como lei número um : ''mulher não pode gostar de sexo. Mulher faz sexo por obrigação''
O engraçado é que proporcional ao meu interesse pela causa feminista, a minha preguiça por algumas pessoas aumentou. Eu tenho preguiça de gente. De gente bitolada.
De gente que grita que é amor livre mas trata o outro mal. De gente que chama a moça do vestido curto de puta mas só aceita sair com cara que tem carro e com mulher de bunda grande. Preguiça de gente que acha graça em cantada na rua e acha que ofensa homofóbica no futebol não é nada demais. Preguiça de gente que acha que meu time ter lançado uma camisa rosa me ofende.
Talvez por isso eu fique tanto sozinha. E ficar sozinha quer dizer não aceitar alguém que acha que transar no primeiro (ou no terceiro) encontro é motivo pra me perguntar se achei minha ''fulana'' no lixo.
Não sei se eu faria um aborto. Mas sei que toda mulher deve ter direito a escolher o que acontece dentro do próprio corpo. Aonde a vida começa ?
Também sei outra coisa: A culpa nunca é da mulher que sofre uma violência. Não ensine a mulher a ter medo, ensine o homem a não estuprar.
O machista não é só quem bate em mulher, não é só o velho que diz que lugar de mulher é cuidando do marido e o patrão que só contrata mulher (e gostosa!) pra secretária. Pra cargo alto ? jamais.
Um cara veio me dizer que a pessoa pode  querer igualdade dos sexos e não ser machista. Ora, se é só a igualdade dos sexos que o movimento prega, o que seria diferente disso ? Um outro disse ''mas você não é daquelas que odeiam os homens e não raspa o suvaco não, né ?''  A sociedade é doente em relação ao respeito com as mulheres. 
A mulher que transa e engravida, é vagabunda, o homem fez seu papel. A mulher que foi estuprada, devia estar na rua tarde da noite, o homem com certeza foi provocado por uma saia curta demais. A mulher que não segue os padrões de beleza, com certeza não gosta da fruta. Ah, o machismo... escondido no nosso dia-a-dia e a gente quase não percebe. Porque mulher tem que se dar valor, afinal, qualquer mulher que só faz o que quer, não tem valor nenhum. Li em algum lugar que “Feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente”. E gente que sente, que tem tesão, fraquezas e calor. Gente que existe.
Que mal tem uma página de ''humor'' fazer uma piada com lugar de mulher ser na cozinha, falar que mulher só gosta de dinheiro, que só serve pra limpar e arrumar ? Se você acha isso uma piadinha de mal gosto, dá uma risadinha e muda de site, não posso te obrigar a entender que tem gente que sofre de verdade por isso. Que não tem escolha. Mas e que não vê como brincadeira ? A internet é um caminho sem volta, não se escolhe como as pessoas vão interpretar aquilo que você escreveu no seu blog de Macho. Não se pode regrar as atitudes do que você escreveu para fazer gracinha. Mas eu posso te achar idiota por escrever ou por curtir a página do blog. Escolha minha.
Enquanto isso, eu vou ficando sozinha, com preguiça do paradoxo que é uma mulher querer ser livre mas dizer que não é feminista. Também é por você.
A minha saia curta, o meu decote não tem nada a ver com se você consegue se segurar nas calças. Eu escolher se quero ou não transar com você hoje, não tem nada a ver com quantas vezes a gente já saiu, mas sim com a minha vontade. Eu não preciso me valorizar, eu já nasci com valor.

domingo, 18 de agosto de 2013

Querido diário,

Hoje foi um dia bom. Hoje. Ontem foi um daqueles nublados e com gosto de descrença, medos e inseguranças. Mas hoje foi um dia bom. Hoje eu senti sono sem culpa e andei de mãos dadas sem expectativas. Ontem eu sofri por não ser adorada e questionei se meu lado engraçada não era inconveniente, mas em dez minutos voltei a fazer piada das pequenas tragédias diárias da vida. Ontem minha mãe teve febre e eu tive que sair mais cedo da aula com cheiro de chuva e solidão. Hoje, eu por duas horas, deixei de ser hipérbole e fiz um eufemismo de mim, com o qual eu convivo melhor a cada dia. Ontem eu não chorei como sempre choro por não se boa o suficiente. Hoje eu vou dormir sendo mais feliz. Hoje eu descobri que sinto nojo de algumas pessoas pelas quais já chorei, mas isso não me faz mal, olho pra trás e vejo que estão cada vez piores do que quando as deixei. Hoje tem biscoito de chocolate, iogurte de mel e suco de uva. Hoje tem eu sozinha e eu feliz. Felicidade é como tudo que é bom, engorda.







(PS: fico muito feliz com a quantidade de recados e emails elogiando o tumblr. A playslist sou eu purinha e as fotos um misto de todos os eus. Pra quem não conhece, clica aqui. Lá tem todas as fotos das postagens, as músicas dos textos e mais um monte, pra ver a playlist toda é só clicar nesse botãozinho do lado da barra de volume no player. Muito obrigada por sempre)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Treze vezes amor.


Eu não sei direito nem quando e nem onde começou, nem sei também porque ficou assim, maior que eu e minhas certezas do certo e errado. Quando dei por mim, ele estava ali, sentado em meu peito : gigante, bonito e alvinegro.
Aos 11 anos, eu gostava de um menino cruzeirense, que um dia me disse que eu ficaria perfeita se torcesse pro time azul. Cheguei em casa, subi na cama e pensava em recolher a bandeira do galo estendida no quarto, quando meu pai, que nunca foi muito fã de futebol, me perguntou o porque daquilo. Eu, com a voz embargada e tomada por aquele sentimento que todo mundo conhece, o de querer ser perfeita, disse :
- Acho que vou virar cruzeirense.
Ele riu, chamou minha mãe, contou a novidade e ela duvidou. Depois me disse :
- Quando foi que você virou atleticana ?
Eu não soube responder direito e disse meio sem pensar :
- Eu acho que nasci assim.
Ele não precisou falar mais nada, eu entendi que algumas coisas a gente não consegue mudar. É de sentir e só.
Era o hino do Galo que me arrepiava, eram os jogos do Galo que eu gostava de ouvir, sentada no chão da cozinha da casa da minha vó. Era por causa do Galo que eu havia entrado pela primeira vez no mineirão lotado. Não ia dar pra mudar, o menino que se acostumasse com isso.
Um ano depois, o Galo foi rebaixado e ele me perguntou se ali, eu não pensei em mudar de ideia e enfim passar pro lado dele. Mas dessa vez, nem questionei, que fosse pra série B, C, D, Z. Era pelo Galo que o coração batia mais forte, na alegria e na tristeza.
Quando se gosta de futebol, você reconhece uma vez só por quais cores seu coração vai vibrar, o meu escolheu o preto e o branco e naquela altura, oferecer um azul ou qualquer outra cor, era ofensa.
Com 15 anos, conheci uma galera que me mostrou e mostra todos os dias, um pouco da paixão da torcida atleticana e me faz sentir orgulho de pertencer a uma nação que conhece o amor. É isso, o Galo é amor. Eu não poderia escolher outra coisa que não fosse amor.
Mas mesmo depois de tudo isso, foi no dia do jogo contra o Tijuana, quando o juiz deu penalti a favor do outro time, que eu entendi o que o Atlético representa na minha vida. O medo e a fé se misturaram dentro de mim, fechei os olhos, lembrei de Deus, do amor, dos meus amigos, de como o título era importante pra gente e ao mesmo tempo se aquela bola encontrasse a rede, iríamos ainda assim apoiar o time e amar, acima de tudo. Era ali que tudo fazia sentido. Ser atleticano não é uma escolha.
Os gritos de felicidade invadiram meu ouvido e eu cai no chão, entendendo que tinha dado certo, meu coração pulava como se não fosse aguentar e eu gritava muito. Olhei para meus amigos e eles não acreditavam, e como num pacto de amor, nos abraçamos. Aqui é GALO! Essa era a única certeza da minha vida ali. Dessa vez, quem quase morreu no Horto fui eu.
Abracei algumas pessoas que não conheço e demorei muito tempo para voltar ao normal. Sentada, na arquibancada, foi preciso que o policial me avisasse que as portas estavam fechando, eu precisava sair.
Ali o universo começava a mostrar pro mundo que esse ano, era o ano do Galo.
Não veio fácil, não viria se tratando da gente, mas que seja assim, melhor na raça, no suor e nas lágrimas do que parecer sem humildade, cheios de vaidade, pois não temos nada em comum com o lado de lá.
E talvez seja por isso que nossa fé é tão grande, pois é melhor dizer Eu Acredito do que gritar Eu Já Sabia e depois perceber que só com humildade e respeito se conquista o mundo. Nós acreditamos nisso, a América já é nossa e queremos mais, quem acreditar, que venha com a gente.



Obrigada a cada jogador que honrou essa camisa, obrigada aos que acreditaram comigo, obrigada aos que não acreditaram pois o gosto do ''cala a boca'' é sensacional, obrigada aos meus amigos do Pagode do Galo que além das risadas e brincadeiras, compartilham desse amor comigo. Obrigada aos amigos da sala que me aguentavam insuportável em dia de libertadores. Obrigada aos vizinhos por não me expulsarem do bairro. Obrigada os cruzeirenses que tentaram me fazer temer a derrota. Obrigada a Raquel e ao Michael, em especial, por fazerem daquele jogo contra o Tijuana, um dia de amor à parte. Obrigada a Karla por dividir a família e o sofá comigo. Obrigada a Cris por existir assim, tão parecida comigo, no amor e nas raivas. Obrigada por esses 14 jogos com amor e por todos os outros que passaram e pelos que virão.
ObriGALO ao ano de 2013. 

Eu acredito !!!



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Codiforme



Codiforme (adj.) : Que tem forma de coração


Sou filha única. Cresci rodeada de mimos e certezas de como a vida podia ser bem mais perigosa do que cair da rede aos 7 anos e quebrar um dente da frente. Minha mãe apavorada em acertar sempre, acabava por me assustar com seus próprios medos, que me custam umas horas de terapia até hoje. Não digo isso em tom de reclamação, já amadureci o suficiente para aceitar que meus pais não nasceram para ser pai e mãe mas mesmo assim me receberam com o amor e a serenidade que possuíam.
No meio disso tudo, um quase-avó que fazia todas as minhas vontades. De buscar um yakut ás 4 da manhã até comprar 3 sacos de batatas chips porque eu queria as figurinhas que vinham no pacote. Muitas incertezas marcaram minha infância.
Quando eu soube da sua existência, ainda um pontinho na barriga da minha prima-irmã, o mundo em que eu estava acostumada começou a mudar. A família apostava no meu ciúme doentio de neta mais nova tendo que conviver aos 12 anos com um bebê em casa. Eu surpreendi a todos, até a mim mesma, te amei com todas as forças do meu coração, desde o primeiro segundo, quando te vi, tão pequenininho e sereno, deitado no berço e me olhando sem saber que era você o motivo da minha fascinação.
Era a vida comprovando que ainda existem razões para o amor renascer.
Descobri que você tinha mais de mim do que eu imaginava, quando você ganhou uma festa surpresa de 6 anos, dos amiguinhos que adoram a sua companhia, mesmo sem ainda entender o significado de amizade. Todo mundo diz ''falante como a madrinha''. Eu me encho de orgulho. Já sei pra quem passei a herança do amor.
Quando nossa dupla de carinho ganhou mais um elemento, eu pensei que você fosse sentir ciúmes e me certifiquei de lhe fazer entender que o irmãozinho que você ganhou era amado demais, mas que você também sempre seria. Bobagem a minha, você já sabia de tudo e acolheu o irmão como nunca vi outra criança fazer. Hoje, o Theo aos 3 anos de idade, já sabe quem é o ídolo dele.
Claro que você tem suas birras e levadezas, aos 7 anos eu também dava trabalho e já tinha sido expulsa de um colégio.
Mas ver vocês dois, descobrindo cada passo do mundo, que eu ainda também estou descobrindo, me enche de vontade de viver. E isso é a melhor coisa que alguém podia fazer por mim, além daquela velha mania de me lembrar quem eu sou, que vocês também colaboram.
Penso no dia em que vocês vão começar a sair para baladinhas e torço para que não conheçam ninguém que eu não aprovaria, me vejo uma velinha quando penso assim, mas não consigo ser diferente. Hoje entendo a minha mãe.
E por falar em mãe, quando penso em ter filhos, só desejo que eles sejam assim, iguaizinhos a vocês.


Com todo o meu amor e minha dedicação, sempre ao lado de vocês.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um perdão (pra mim)





Passei muito tempo da minha vida querendo, desejando e pedindo por coisas que eu nem sei como são.
Estraguei todas as lembranças do maior paixão (e talvez amor... era amor, acho que era, devia ser.) da minha adolescência porque fui infantil, estúpida e imatura. Tento ainda me perdoar por isso e quando penso nos erros, me dói. Dói por já ter sido um passado de boas lembranças e hoje ser só um arrependimento dele, ter passado o tempo comigo. Eu queria muito que eu e ele pudéssemos nos falar pois não importa os bilhões de anos e mancadas, ele sempre vai ser quem me ensinou a maior lição da minha vida : ele me ensinou a ser mulher.  
Me arrependo por ter sido imatura com ele mas a gente muda a cada dia e eu tento me perdoar calando a boca.
Por isso, mesmo depois de todos os motivos que você me dá para que eu simplesmente despreze você e aqueles dias, resolvi te escrever - não pra te xingar como sua pretensão esperava - mas pra salvar em mim uns dias bons. E pra quando, um dia, você olhar pra trás, não sinta o que eu sinto pelo meu ex-grande-amor. (não que eu tenha sido um grande amor pra você, mas você entendeu, né ?)
Foi mau, ontem. Fui mau, também. Menos com você e mais comigo mesma.
Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma urgência.
Não te peço perdão e nem desculpas, pois eu não precisava mesmo ouvir metade dos desaforos que me disse, mas faço um esforço sobre-humano e não te odeio por eles.
Eu gostei de você, não te amei como amei o outro, mas gostei. Talvez se tivéssemos tido tempo, teria sido maior do que com ele. Melhor pra mim que não tenha sido. Amor unilateral somente uma vez na vida é suficiente.
Essa história de confusão e tristeza não é nem por nossa causa, eu nem sei quem a gente era. Eu me assustei com quem fui pra você, fui menina, ingênua e quase pura, como quando eu tinha 16 anos e conheci o outro, coisa que eu achava que não poderia ser mais. Me custou algumas lágrimas mas hoje me faz feliz porque quando for pra pessoa certa, eu ainda sei ser amor.
Eu detesto odiar as pessoas e não quero nutrir isso por você, mesmo as vezes te odiando por suspeitar que eu fosse capaz de tamanhas idiotices. Mas você não me conhece, eu não conheço você.
Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse pois você sabe do meu pavor em fazer mal aos outros. Eu não sou ruim.
Não há nenhum subtexto nisto que te escrevo. Não acho bonito que a gente se disperse assim, só isso. Encontre, desencontre e nada mais, nunca mais, não quero mais - Acho que você talvez demore muito a um dia voltar nesse lugar pra saber de mim, se um dia voltar. Não espero resposta. E com quase certeza, nem as quero.
Não quero me tornar uma pessoa pesada, frustrada, amarga. Não vou me tornar assim.
Quando tudo se deu, quando você mandou aquele texto, eu não fiquei com raiva não, eu só me prometi não ouvir mais palavras bonitas de ninguém, mas não funcionou. O amor me move e me trai.
Me prometi e me traí, já existe uma nova possibilidade de amor. E o mais louco é que eu não temo que ele faça do meu carinho o mesmo que você. E ele é louco.
Não sei se teria doído menos se você tivesse, como eu queria, acolhido a minha dor, talvez eu tivesse me afogado num rio de esperanças, talvez a gente virasse dois grandes amigos. Não sei. Eu tenho medo que as pessoas sofram por minha causa, é só isso.
De repente me passa pela cabeça que você deve estar detestando tudo isso e achando longo e choroso e confuso. Mas eu não quero ter vergonha de nada que eu seja capaz de sentir. E dane-se, doa a quem doer, lembra ?
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas, juro. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa, que seja esse agora ou outro que o futuro trará porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo. Ou fazer tudo exatamente igual e dessa vez dar certo.
E eu acho que é por isso que te escrevo para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis. Me queira bem.
Estou te querendo muito bem neste minuto.
Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz.


A única coisa que vale a pena, no fim de tudo, é o amor. Ame, sempre, ame em cada pedacinho que a vida te der oportunidade para amar.
Se não valeu, pelo menos ficou de aprendizado.

Um beijo e te guardo na gaveta da memória boa, apago as lágrimas e esqueço (ou tento) o que foi ruim.
E digo : estou prontíssima para um novo possível amor.

Que venha !


 " Faço de mim, casa de sentimentos bons, onde a má fé não faz morada e a maldade não se cria. (...)
Observo a mim mesmo em silêncio, porque é nele onde mais e melhor se diz. Me ensino a ser mais tolerante, não julgar ninguém e com isso ser mais feliz. Sendo aquele que sempre traz amor, sendo aquele que sempre traz sorrisos. E permanecendo tranquilo aonde for paciente, confiante, intuitivo."

*Obrigada CFA
*Obrigada Forfun.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Do Amor



Poucas coisas na vida modificam alguém como o amor.
Algumas pessoas acham que o mal do mundo é a banalização do amor. Estão erradas. O mal do mundo é a falta de amor e o medo de amar. Só basta ser sincero num segundo e acreditar.
Não se ama alguém 100% em uma semana, eu concordo com os racionais, mas sim, se sente amor em um segundo.
No momento antes do beijo, no abraço que quer gritar "fica!", na boca que diz ''foi bom te conhecer.''. Ou naquela média de 73 vezes que você pensou nela na manhã seguinte enquanto preparava o café. O amor é simples.
Acordei hoje pensando como o segundo de amor vale a pena. E como minhas entregas e sorrisos se resumem nesse segundinho em que eu (mesmo que sozinha) achei que o mundo podia (e pode!) ser um lugar lindo.
Não consigo e não me peçam para ser egoísta. Eu não sou.
E por dar tanto amor, as vezes me cobram caro quando esses segundos não bastam para satisfazer o ego.
Não existe relação frustrada quando nem que seja por um milésimo de segundo, se sentiu amor.
Num abraço, num sorriso, numa chegada às 14:15 da tarde de terça. O amor é cada detalhe.
Não conheço ninguém que morreu por dar amor, não temo, mesmo que depois de tantos desencontros, amar de novo e de novo e de novo. Cada um que passou pela minha vida, deixou um pouco de si comigo, nem que seja a lição.
Eu, que por tantas besteiras temi ser má, provavelmente e graças ao Amor nunca fiz ninguém chorar. Que permaneça assim e que venham muitos segundos de amor, até que uma hora ele se cansa de ir e fica para sempre.

Eu não me arrependo de nada.
Ter fé e ver coragem no amor.
É isso !



" Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa. (...) Eu sou o amor da cabeça aos pés. "

sábado, 25 de maio de 2013

Lugar de MULHER é onde ela quiser.

Minha mãe engravidou de mim solteira, aos 37 anos, com um emprego fixo, bom e há quase 20 anos atrás. Apesar do meu pai ter dado apoio durante a gravidez, ela até hoje carrega uma certa mágoa por não terem se casado - "nem que seja no civil", ás vezes ela reclama - talvez por isso, ou por tantas outras pequenas coisas que formam o caráter da gente, ela tem pavor que eu engravide sem casar.
Já tivemos discussões calorosas sobre o tema sexo, virgindade, casamento e homens, mas eu tenho que assumir que entendo os medos dela. Mesmo aos 37 anos, ela sofreu muito com as fofocas e questionamentos por carregar um barrigão de grávida sem uma aliança no dedo. Minha avó, mãe dela, sofreu o dobro, talvez, quando descobriu a filha grávida e solteira. Não a julgo, ela veio de uma família tradicional, patriarcal e tinha medo do sofrimento que a filha ia passar (e passou). E nunca, em hipótese alguma, me destratou perante os outros netos. Era só amor.
Hoje, pensar nisso é quase engraçado. Ser mãe solteira aos 16 é praticamente normal, todo mundo conhece alguém que foi, é ou engravidou antes de chegar aos 20.
Comecei esse texto contando a história da minha mãe - e a minha - porque sempre ficou claro que para o meu pai, as coisas foram muito mais tranquilas, ele nunca sofreu nenhuma repreensão ou se sentiu ofendido com  comentários da família. Quando meus avós descobriram que viria uma netinha, ah, que alegria, foi uma festa !
Descobrir que uma mulher transou antes de se casar, mesmo na década de 90, era algo que causava desconforto na família. Até hoje para alguns é assim.
Os acontecimentos fizeram da minha mãe uma mulher machista, mais por medo que por pensar assim.
Namorados não dormem aqui fácil, e se dormem não pode ser junto de maneira nenhuma, sexo na cabeça dela é só depois de casar.
Mas calma, não odeie a minha mãe, ela é legal, só pensa como 98% das pessoas por muitos motivos que não cabe citar um por um aqui.
E talvez você também seja machista quando chama de puta aquela amiga que transou com um cara na mesma noite que o conheceu. Ou aquela menina que apareceu na festa com um vestido curto demais.
Meu conceito de puta é o seguinte : transou querendo algo em troca além do próprio prazer e de proporcionar prazer ao outro(a), é puta. Não que isso seja errado, é só o meu conceito.
Sentir e dar prazer não deve ser vergonha para ninguém quando as duas (ou mais) partes estão de total acordo.
Algumas vezes, na minha curta experiência de vida, me senti exposta e desprotegida ao ficar a sós com um homem. Sentindo que a qualquer momento, caso passasse na cabeça dele, ele poderia ali, fazer de mim o que quisesse, sem que eu tivesse forças pra me defender. Bom, por sorte, dos caras que eu conheci e me relacionei eu posso reclamar de muita coisa, mas nunca fui desrespeitada no quesito sexo. Nunca fui obrigada a fazer o que eu não queria pelo simples fato de ser mais frágil. Mas não é isso que acontece sempre.
Segundo uma pesquisa feita pela CFEMEA ( Centro Feminista de Estudo e Assessoria )
  • 51% dos entrevistados declaram conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro.
  • 75% consideram as penas aplicadas em casos de violência contra a mulher são irrelevantes.
  • O ciúme é o segundo motivo para agressões contra mulheres.
  • Uma em cada seis mulheres sofre com a violência doméstica, nos países pesquisados.
  • Em São Paulo, 29% das mulheres entrevistadas que já tiveram relações íntimas com homens afirmaram que já foram vítimas de agressões físicas ou sexuais cometidas por um parceiro. Nos municípios pernambucanos, esse número chegou a 37%.
  • Na comparação com os outros nove países pesquisados, os índices das cidades brasileiras foram semelhantes aos registrados na Tailândia e na Namíbia.
  • 1 bilhão de mulheres já foram espancadas ou estupradas. 1 bilhão de mulheres, ou uma em cada três do planeta, já foram espancadas, forçadas a ter relações sexuais ou submetidas a algum outro tipo de abuso.
  • 20% das mulheres são alvo de estupro.
  • De cada cinco mulheres no mundo, uma será vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro até o fim de sua vida.
  • Nos Estados Unidos, uma mulher é agredida por seu marido ou parceiro a cada 15 segundos. Na França, 25 mil mulheres são estupradas por ano.
    (Fontes dos dados acima: Relatório da Anistia Internacional)
  • Um terço das mulheres entrevistadas (33%) afirmam que a violência sexual é a forma mais grave de violência doméstica, seguida pela violência física(29% ). Para 35% das mulheres brasileiras os tipos mais graves de violência são os mais sutis e que não deixam marcas aparentes, como é o caso da violência moral e da psicológica.
  • Em quase todos os casos de violência, mais da metade das mulheres não pede ajuda. Somente em casos considerados mais graves como ameaças com armas de fogo e espancamento com marcas, cortes ou fraturas, pouco mais da metade das vítimas (55% e 53%, respectivamente) recorrem a alguém para ajudá-las.
Os números me assustam. Me lembrei de uma vez, quando eu tinha meus 11 anos e um velho parado no sinal, dentro de um ônibus, fez gestos obscenos pra mim. Aquilo me enojou de uma forma absurda e eu, automaticamente imaginei que a culpa era minha, por estar arrumada demais para ir a escola.
Semana passada, fui a um show com uma blusa curta, e um cara tentou beijar minha barriga. Fiz um escândalo, gritei e ele me disse ''eu sei que você curte''. Os amigos dele me pediram desculpas alegando que ele estava bêbado e eu continuei caminhando, mas dessa vez, diferente de quando eu era criança, eu soube que a culpa não era minha, afinal, a barriga é minha e eu posso usar a blusa no comprimento que eu quiser. Não é um convite para que me beijem.
Acreditem ou não, machistas, nossas roupas não tem nada a ver com vocês.
Quando nós, mulheres e vocês homens de verdade, vamos nos unir para gritar ao mundo que a culpa da violência contra a mulher NUNCA é dela ? Que a mulher tem direito de sentir calor, prazer, se sentir bem com uma roupa sem ser atacada, estuprada, abusada ?
Anseio para que esse dia chegue rápido, rezo para que nem eu, nem você e nem ninguém seja vítima de uma violência estúpida e horrível por parte de um doente desses.

Amanhã (25/05/2013) vou estar na Marcha das Vadias, tentando chamar a atenção para o direito de ser da mulher.
Vadias somos todas nós.

Marcha das Vadias Belo Horizonte - MG (25/05/2013)
Concentração: 13.00h, na Praça da Rodoviária. Saída às 14:00h em direção à Praça da Estação, passando pela Rua Guaicurus. Da Praça da Estação, subiremos a rua da Bahia em direção à Praça da LIBERDADE.

 Evento no Facebook


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vendo coragem no amor pt 2

 O amor é muito mais sublime que qualquer definição que eu escreva aqui. Jamais castiguem o amor por suas próprias escolhas erradas. Não culpem o amor. Acreditem e tenham fé.
Desculpa amor, eu te culpei sem ter te conhecido. Ainda.


terça-feira, 7 de maio de 2013

Ainda bem que eu existo.


Entro no ônibus e vejo até onde dá. Não dá pra passar muito perto do ponto que eu descia pra ir pra sua casa porque eu tenho medo das minhas pernas me traírem e me levarem até lá. Eu sei, meu orgulho me traí umas duas vezes na semana quando chegam ai aquelas mensagens chatas, dizendo da minha saudade, eu imagino sua cara de ''ah, que mina chata!!!"
Não, eu não vou ficar plantada na sua porta, não vou tocar sua campainha de madrugada. Eu ainda tenho um pouco de amor próprio e morro de medo de você me expulsar.
Me pego pensando nos detalhes, na história do Pé de Feijão que você inventou pra me arrancar um sorriso, no nosso último dia. Se eu soubesse que era nossa despedida, eu teria te abraçado mais uma vez.
Eu detesto quando o ônibus chega meio ali perto daquela confeitaria e eu entendo que eu não vou pra sua casa, porque se eu fosse, era ali que eu descia. Eu era feliz andando, eu sentia que o mundo sabia : eu sou amada, viu ?
Eu tenho medo de escrever um texto por dia, eu tenho tanto medo de você se apaixonar de novo e eu ver. Na rua, na internet, numa festa dessas que a gente vai pra dançar e rir de quem a gente tem preguiça. Eu passei a detestar todas as meninas do mundo porque eu tenho medo de uma delas encantar você. Eu penso nisso e sinto a maior dor do mundo.
Tenho medo de te querer de volta e aceitar qualquer coisa.

 Desculpa, mas não vou pedir desculpas por gostar de você.

Eu não sou como as outras, eu sou de verdade, eu não consigo matar, esconder, negar, fingir que tudo bem. Eu vou chorar a minha saudade até que ela morra. Ela vem morrendo, mas meu coração se confunde na vontade de te ter comigo e no alívio de não sofrer.
Eu devia detestar você, lembrar que não tivemos um fim bacana com uma conversa clara porque você só dizia ''sem dr''  ''chega de drama''. Eu não consigo, eu até faço uma força, lembro de você meio nem ligando pra minha dor, mas não dá, eu fecho os olhos e vejo você me olhando pedindo pra ficar. Tudo que você chama de insulto, eu chamo de tentativa de me lembrar que eu não devia estar aqui. Nada adianta. Eu sou uma boba.

Ainda bem que saudade não mata. Ainda bem que sonhar não paga. Ainda bem que você existe e me fez lembrar como é bom ser eu. Ainda bem que eu não morri quando você disse ''se cuida, moça''. Ainda bem que o amor se esconde nos detalhes e que o mundo dá voltas. Ainda bem que eu tenho minha esperança (na vida) renovada. Ainda bem que existe a dança e eu afogo minhas dores nela. Ainda bem que meus amigos me conhecem, ainda bem que existem outras bandas que não são Oriente, ainda bem que ninguém ousa me chamar de nêga, ainda bem que eu ainda rego todos os dias o meu pé de feijão. Ainda bem que eu já deixei a muito de acreditar em príncipe, ainda bem que eu aceitei ser assustadoramente feliz ao seu lado, mesmo sabendo a dor imensa que vem depois disso. Ainda bem (pra você) que eu sinto saudades e não insulto ninguém. Ainda bem que você ainda pode contar comigo e eu digo. Ainda bem que eu enxugo minhas mágoas e ainda sou nós dois. Por enquanto.





segunda-feira, 29 de abril de 2013

Verbos e despedidas.


Em todos os momentos o amor acaba. O nosso - tão fugaz e intenso - terminou naquele seu olhar de manhã. Não sei o que você pensou, não sei o que eu disse, não sei se foi uma palavra mal dita, um cheiro diferente, um beijo esquecido. Ali, o amor acabou.
O amor, sim, o amor, sublime e contraditório. Difícil e simples, doce e dor.
Eu amei você, amei sim, amei porque amor é um abraço, um aperto no peito, um sorriso, um coração pulsando.
Eu te amei quando você disse que seu depois do amor nunca foi como o nosso, te amei nas suas chegadas afobadas e nas tuas saídas dolorosas. Te amei no banho corrido, no primeiro ônibus só e no sorriso aberto.
Pirei por você. Pirei quando você disse não saber se era amor, pirei quando chorei como nunca ao imaginar outra deitada na sua cama, pirei quando passei a noite lendo nossas conversas. Pirei quando aquela menina que você sabe que eu detesto, veio jogando verde, como quem diz : ''eu te avisei''.
Morri algumas vezes do seu lado, sem você notar. Morri um pouquinho, como se morre todos os dias, com todos os nãos da vida, mas eu queria acreditar. Devia ser você, você dizia que era você.
Ontem, depois que você me excluiu da sua vida, mesmo dizendo antes que se eu fizesse isso, você ia ficar aqui na porta, até eu sair, lembra ?
Promessas são lindas só no momento que se acredita nelas.
Pois é, ontem, depois que você ouviu meu grito de dor e resolveu ir embora de vez, eu corri pro meu melhor amigo, e chorei o maior choro do mundo, chorei pela nossa morte, chorei minha esperança, por ter acreditado de novo em vão, chorei pela minha mãe me perguntando de você e por meus amigos querendo saber se eu não tinha mesmo feito algo pra você me tratar tão assim. Chorei e disse, entre soluços :
- Eu só me meto em roubadas.
E ele, tão perto e simples, me disse :
- Você é só amor e acredita que todo mundo é só amor também. Você não tá errada, ia ser perfeito, mas os caras não tem tempo de te descobrir completa e encanam e fogem. Ele sentiu medo, ele provavelmente nunca recebeu tanto amor e não soube lidar com isso. Preferiu fugir antes que se machucasse e pra isso, precisou matar você.

Pensei, fazia sentido.
Eu, tão inocente e sensível, fui até pedir desculpas, outro dia, quando ainda era tudo bom e leve, pra'quele cara que te contei que me ajudou, que eu tentei namorar e não consegui. Fui pedir desculpas pensando ''todo mundo merece sentir isso que estou sentindo.'' Torcendo pra ele também sentir isso por alguém, pois eu seria um pouco culpada caso ele não mais acreditasse no amor e isso eu não quero representar nunca, pra ninguém.
Todos os meus dramas, que você fez questão de gritar que eram o motivo da sua frieza corrosiva, eram uma maneira de te avisar pra tomar cuidado pra não me perder, já que você dizia temer tanto isso...
Agora, no chão frio, com o colo de alguns bons amigos pra contar, umas lembranças a me perseguir, me levanto e vou embora, a dor ainda dói muito, pode ser que algumas vezes eu ainda te ligue, esperando ouvir sua voz arrependida, e não me culpo por isso. Não me culpo por nada.
Desculpa o auê, eu não posso, não consigo e não quero ser só uma amiga, pra mim não dá. ''Não rola''.
Mas um dia, assim, se der, lembra de mim com um sorriso bonito, eu vou tentar fazer o mesmo por você.



Mas no amor, acredite, porque cê sabe né, o amor cura....



segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pausa para um pouco de dor.


Tem um texto bonito da Bernardi que diz : ''Somos um livro de citações''. Pois é, fiquei pensando um tempo nessa frase e conclui : sou um livro de palavras mal escritas, de uma inocência apodrecida, de medo, insegurança. Mas eu amei - de forma certa ou errada - todas as pessoas que passaram pela minha vida. Sem dar tempo para dizer, mas sem banalizar, afinal, todas as vezes que eu disse um ''eu te amo'', mesmo quando, bem, você sabe ''você não me conhece o suficiente para saber se é isso que quer...e eu idem'' mesmo assim, os meus ''eu te amo'' saíram gritados, de um peito doído mas pingando esperança. Não me arrependo.
Algumas pessoas me dizem que vêem o amor estampado em mim, mesmo quando eu (ainda) digo que ele não me faz companhia. Eu acho que de todas as pessoas e coisas que amei na vida, tudo que eu tenho e mais amo é o próprio amor.
Eu só queria que me aceitassem inteira, por isso, me dava fácil de bandeja. Bobagem. É por sempre ser legal que ouço : ''eu não quero machucar você.''  E necessito da aprovação de todos, me imaginando e fantasiando dos piores monstros, só por medo de ser odiada.
Penso muitas coisas ruins, mas a risada de um amigo ou o abraço sincero de alguém, me lembram quem eu sou.

-  Só que as vezes, eu só queria ir embora, não ser eu. Sumir.
- Então some.
- Ei, será que o amor existe ?
- Existe sim. Eu só não sei se é o que eu sinto por você.


Nocaute.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mi casa, su casa


O vizinho da casa verde olhava meio desconfiado, a menina que ele nunca viu, com chave na mão e abrindo o portão da sua casa. Eu levei uns minutos rindo, imaginando o que ele pensava, torcendo para ele achar que eu morava ali com você. John Mayer, ficou me fazendo companhia enquanto eu esperava você voltar do trabalho, deitada no sofá e pela primeira vez na vida me sentindo mulher de alguém. Eu queria ser vista ali, intima, sua.
Tirei a calça jeans que incomodava e vesti o shortinho do pijama que havia trago na bolsa, coque no cabelo e fui ver se as besteirinhas que você deixou pra mim na cozinha ainda estavam lá. A pia tava meio bagunçada, denunciando o tempo que te tomo no dia-a-dia, resolvi arrumar, rindo, pela caracteristica de união estável que tínhamos adquirido com uma semana de namoro. Arriscado ? Não pra nós dois.
Deitei na tua cama para esperar você chegar e só acordei com o barulho da chave na porta. Você me olhava lindo, feliz. Tomou um banho rápido e pulou em mim, como naquela cena de Closer.
Chico tocava músicas aleatórias e eu estava no único lugar no mundo que eu queria estar.
Nosso amor se resolve depois do amor, quando a gente acha o mundo - mesmo com todas as suas esquinas - um lugar lindo.
Quando você colocou aquela música fofinha e leve pra tocar, eu enfileirei todos os meus exs e disse a cada um deles que você era o meu primeiro namorado de verdade.
É você quem me conhece longe da saia da minha mãe, é você quem me faz tirar a sandália para calçar o seu chinelo, vestir sua camisa e ficar só com isso, pela casa. De todos os caras, você foi o único que findou meus medos e ouviu minha vida, sem titubear. E eu luto contra tudo para te fazer feliz.
Domingo, deitada no seu sofá, com a cópia da sua chave no bolso, eu entendi que crescer até dói sim, mas quando a gente tem um amor, compensa.
Depois de tantas histórias cheias de fantasias e mentiras, você chegou banhando meu futuro de paz e mostrando uma vida real que não precisa da minha capacidade de embelezar tudo, você já o faz.
Obrigada por salvar esse coração romântico.
Que nosso namoro seja repleto de noites de sábado com amor e domingos repletos de paz.
Obrigada pelo ombro e pelo abrigo.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Vendo coragem no Amor


Sempre achei ridículo quem faz tatuagem para namorado, e ainda acho gravar o nome de alguém na pele, algo muito sério. Mas a nossa história veio gravada em mim e acho que nem você imagina como ''Ter fé e ver coragem no amor.''  hoje representa você na minha vida.

Eu precisei de 4 dias para me apaixonar por você. Mas paixão mesmo, paixão de todo mundo ver escrito na minha testa, de querer abraçar o mundo, desejar amor para todos, abraçar meus inimigos, perdoar quem me feriu. Eu acredito de novo. E eu tenho fé em mim, na gente, na paz, no amor. Eu sou boa, lindo, você me trouxe essa certeza de novo, você, sem saber, lutou com um por um dos meus medos. Eu quero ser vida pra você. Para a gente. Eu quero nossas noites juntos, eu quero cada surpresa que nosso namoro pode trazer, eu quero acordar todos os dias e lembrar que é real, eu quero entrar na internet e ver um monte desses recadinhos teus, eu quero imaginar cada passo seu com ansiedade quando você diz ''linda, tô chegando''
Eu te contei meus medos como quem conta que vai a padaria, você continuou me olhando com carinho, e me disse tudo que eu queria ouvir. Eu te dedico o meu renascimento, o meu melhor, todos os meus sorrisos, os meu melhores beijos.
Eu te desejei desde o primeiro segundo, eu não preciso fazer nenhum esforço para querer você, eu amo quando você me chama de ''minha linda'' , eu amo quando chega uma mensagem sua, eu amo muito quando você chega na minha casa para me buscar com aquele sorriso. Eu amo muito quando você faz cara de vergonha e cobre o rosto. Eu confio em todas as suas palavras, porque você me transformou de novo numa menininha e eu estava cansada de ser adulta demais,  e você sabe que pelo meu histórico de ''Seu fulano e suas três mulheres'' o quanto isso era difícil para eu acreditar. E você conseguiu isso em questão de dias.
Nossa história começou como aqueles romances engraçados que a gente vê no cinema, que alguém tenta boicotar, e você me disse : o mundo tá ao nosso favor.

Eu quero a vida do seu lado, eu amo quem eu sou quando estou com você
Esse é o maior elogio que eu posso fazer a um homem.

Eu quero ser o motivo para esse sorriso lindo enquanto o nosso pra sempre durar. Sim, é uma forma de dizer aquilo que eu tenho medo.
Fica pra sempre lindo e obrigada por me trazer de volta a mim.

O amor existe, gente. Ele me mandou avisar.

Agradeço ao Chile por te mandar pra mim e digo, que lamento por ele, mas não te devolvo nunca mais.

Te quiero,

sua Nêga.

quarta-feira, 27 de março de 2013

500 days with Summer, Mano Brown e nós


Isso não é uma história de amor. E eu nem sei se é uma história sobre ele.
Eu gosto de contar meus casos e sempre que o faço, aos amigos, algum deles solta : '' Tem coisas que só acontecem com você.'' É um fato.
Com você foi assim. Não teve muito romance explícito, porque você não gosta disso e eu acredito que eu quase não gosto também. Mas teve desejo de sobra. E o destino contribuiu o tempo todo, parecia gritar : '' Não adianta fugir, porra.''
Eram o que ? 10 mil pessoas ? É por ai, 10 mil pessoas. E eu resolvi falar asneira bem atrás de você.
- Olha moça, não é por nada não, mas se o Mano Brown sai do Racionais, o Racionais acaba.
Eu tentei me explicar, você só me achava patricinha demais, acompanhada de um ou outro bombadinho sem noção. Mas ai, você e eu, olhamos direito um pro outro e foi assim, porque tesão não precisa de motivo.
Trocamos meia dúzia de palavras e me afastei, te olhava de longe e na sua música, você me olhou sem saber se era para fugir comigo ou se eu era só mais uma menina que não sabia o significado de nada, berrando que era vida loka.
Um beijo no rosto foi o suficiente para eu entender, você também me queria.
Mas a vida tem dessas coisas, a gente vai embora sem nem saber o nome da pessoa, pensava eu no carro, enquanto voltava para casa achando que nunca mais ia te ver na vida.
Engano meu. Os mistérios da vida virtual são absurdos. Você já sabia meu nome, meus gostos e eu, tão assustada com o destino, não sabia o que fazer do desejo contido no peito. Coincidência ? Não.
Me contava (e conto) nossa história intensa e rápida, passando por cada detalhe que me lembro.
E o destino não desistiu, na única festa do mundo que a gente não podia ficar junto, olha você lá.
A gente brincando de andar de mãos dadas, de namoradinho. Ninguém sonhava que aquilo era uma brincadeira cheia de segundas, terceiras e milésimas intenções. Era bom estar ali.
A euforia por uma possibilidade tão sonhada, perdeu um pouco do brilho na porta daquele banheiro. Muita coisa ali não importava mais. Vem comigo que eu te levo pro céu.
Não fomos, não ali. Eu aprendi a ser descolada, a fugir de tudo, mas ainda tinha medo de errar. Deixei você ir de novo.
O destino não acreditava. ''Essa menina tá brincando comigo.''
Fiquei com aquele beijo na boca e com sua resistência na cabeça. Não sabia o que fazer, o que era aquilo ?
Desejo, paixão, romance ?
As festas de fim de semana passavam e eu não sabia se era medo de te ver, vontade ou saudade. O seu medo me contagiou e a gente ficou meio assim, meio sem saber como ia ser da ponte pra lá. É !
Cheguei e vi você numa fila, seus amigos, seu sorriso e gentileza de sempre. Esse texto nasceu ali.
Mais uma vez não sabia o que fazer, te olhava de longe, com medo de te perder para alguma daquelas modernetes. Resolvi : era ali, pronto.
Ah ! O beijo. A gente se beijava como se fosse a última vez, e talvez fosse, somos eu e você. Sem roteiro, sem historinha, mas com um destino e um desejo a nosso favor (ou contra ?)
Existem sim, coisas mais fortes que nossas determinações, hoje, depois de você, eu não duvido.

E voa, seu sorriso e seu abraço não combinam com prisões e nem corações de pedra.
Se for pra ser, um dia a gente se revê. Que assim seja.


'' De três minutos comigo, dois cê só dava risada.'' 



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Você já foi a Bahia ?

Escrevo esse texto com músicas dos Novos Baianos ao fundo, um quentinho no coração e mil lembranças boas na cabeça.
Se você nunca foi a Bahia, vá. Antes de ir a Nova York, fazer compras, antes de ir a Londres dançar nos pubs modernetes e antes de ir a Paris passear com seu grande amor. Vá a Bahia.

Saí de casa pra ver o mar, depois de mil anos, para mim era como conhecer o mar de novo, um sonho de menina, tão bobo e fácil de ser realizado, que por causa do destino e da vida, para mim, era longe demais.
 Cheguei muito cedo ao aeroporto e tudo ali era lindo, era vida, era gente bonita chegando e saindo, filas  para tantos sonhos, tantos encontros de amor. Todo mundo era feliz ali.
 Entrei no avião, um rivotril no bolso e quase quebrando a mão do meu pai. Escolhi ir na janela, porque vocês sabem, eu nunca corri do medo, apesar de estar sempre pronta para gritar fugindo dele.
O rivotril não foi necessário, eu gritei algumas vezes, nas curvas, que o avião estava caindo, mas nada que fizesse eles pedirem para eu me controlar. Só meu pai dava risada.
Da janela, entre as nuvens, o sol nascia. E no meio do meu medo, eu vi o mar, arctic monkeys tocava Cornerstone e eu chorava sem esforço. Sem ninguém ver, porque ninguém entenderia. Uma vitória, depois de tanto, de tudo, dos medos, dos eus.
Chegamos no aeroporto de Porto Seguro, pegamos um táxi e eu quis parar na praia.
Eram 7 da manhã na Bahia, o mar estava calmo e na minha cabeça, passava uma vida toda, quando a onda bateu em mim, foi um misto de alegria e dor, tipo estar apaixonada. Dessa vez não chorei, mas amava muito.
Chegamos a Arraial d'Ajuda e o hotel era lindo, uma mesona de café da manhã, uma baiana a disposição dos hospedes para fazer mil quitutes e coisas que em Minas não estamos acostumados. Provei tapioca, mungunzá, bolo de pão de banana. Mil delícias.

O primeiro dia foi tranquilo, na praia do Mucugê, apenas eu e os meus pais. A alegria da minha mãe era linda de ver, eu sabia que para ela estar ali também era uma vitória. A noite, conheci o pessoal do hotel e duas paulistas com quem fiz uma amizade bonita, foram minhas irmãs de verão. O segundo dia, fomos as 3, explorar Arraial. O centro é um lugar delicioso, cheio de lojinhas e bistrôs que parecem cidade de boneca, casinhas coloridas. Gente de todos os lugares do mundo. Muitas línguas, sotaques, risadas.  

O mirante atrás da igreja é coisa de sonho, amarrei minhas fitinhas e fiz os pedidos. Não custa nada ter fé e ver coragem no amor.


A rua do Mucugê, é um espetáculo a parte, a noite lá tem os bares mais charmosos da Bahia, sem sombra de dúvida. O pub La Morocha é ponto de encontro dos jovens, aonde eu e as meninas estivemos na quinta-feira, nosso quarto dia na Bahia. 


A praia da Pitinga foi nossa escolhida para passar o terceiro dia, por ser mais perto de nosso hotel e ter um restaurante charmoso e lindo, cheio de redes, balanços e tocando Chico. Sim, era um sonho bom.
O mar gostoso, comida boa e drinks baratos. Acho que a Bahia é o paraíso. Na praia da Pitinga, é fácil ver as falésias descritas por Pero Vaz de Caminha, na carta a Portugal. Não é difícil descobrir porque os portugas acharam a beleza daqui semelhante a uma pintura.

ao fundo, as falésias.




A noite de Terça, na Terra que ninguém fica triste, fomos a um lual, cheio de gringos e suas obsessões por aprender a sambar e eu, que quase não sei , virei atração no meio deles, afinal, no sangue e no quadril, correm sangue latino.



 A Quarta-feira para mim, foi um espetáculo a parte,  depois de acordar cedinho, e comer feito uma grávida de trigêmeos e enfrentar uma hora e meia de viagem, ouvindo todas as varições da música do Cavalinho, descobrindo que o grupo de 8 paulistas que estavam com a gente, realmente sabia fazer rir, chegamos ao lugar mais bonito do mundo :
Trancoso.
Enquanto eu temia acordar e descobrir estar ainda na minha casa em BH, o guia mostrava as casas dos famosos, as delimitações da praia de nudismo e as barracas mais famosas.
Chegamos ao famoso Quadrado, uma espécie de rua, que foi a morada dos Padres das Missões Jesuítas no Brasil. Os padres sabiam escolher bem, o lugar, além de lindo, tem uma das melhores energias que já senti. E depois da Igreja, o mirante de São João Batista é uma visão de tirar os pés do chão. Até o cemitério do povoado, na beirada do mirante, é lindo. Ser enterrado ali, deve ser ficar com os dois pés, já no paraíso.


Cada casinha, cada bistrô, tem um morador ou alguém com dinheiro o suficiente para se manter ali (o preço de cada casinha dessa, a venda, é de mais de 2 milhões) cheio de sorriso e graça. Claro, acordar todos os dias com esse visual, deve ser a coisa mais gostosa do mundo.




Estávamos eu e o Vini, um dos paulistas do meu grupo e eu resolvi tirar uma foto dentro de uma das casinhas, na janela. Escolhi uma laranja, minha cor favorita e munida de fotógrafo, câmera e coragem, pedi ao morador. Não era brasileiro, comum ali, era inglês, ainda bem. Me resolvi com ele, ele deixou com muito carinho eu tirar a minha foto e misturando o inglês e o espanhol, tentava parabenizar o Vini pelo casamento  ''mui bela su wife''. Sem entender nada, o Vini ria e concordava. Depois, fui descobrir que ali é o primeiro destino de lua de mel no Brasil. É, se amar em Trancoso deve ser encontrar a essência do amor. Quem sabe um dia...
Em frente a igreja de São João, tem um marco, que segundo os nativos, se você der 3 voltas, arruma um marido bom. Dei umas 20, porque vocês sabem, a coisa não está fácil aqui.
As praias de Trancoso são diferentes das de Arraial, são mais bravas, mais perigosas... cheias de surfistas lindos e bronzeados.




A noite, parece que a coisa começou a funcionar, num show do Olodum, que eu jamais me veria indo e fui, por que quem tá na Bahia, meu rei, bom.... não pode fugir de ir a um show deles, é coisa de louco. E lá, eu conheci um espanhol que bom, fica um pra um outro texto.

Chegamos no hotel 5 da manhã e o porteiro, um querido e fofo, nos convidou para ver o sol nascer no mar. E uma baleia jubarte, famosa na região, resolveu fazer um show particular para a gente. Ali e de noite, quando vi a lua despontar no mar, descobri que nem tudo a gente pode fotografar, algumas imagens ficam só comigo.


Quinta-feira, mais do que nunca, a Bahia toda já respira Carnaval, em Arraial não era diferente, mas no La Morrocha, conseguimos fugir do axé e no o esquenta rolou no Beco das Cores, outro lugar incrível na Mucugê, com uma roda de samba deliciosa. Quero voltar !

Sexta fomos conhecer Coroa Vermelha, depois de Porto Seguro, chamada de Caribe da Bahia, aonde realmente se vê o marco aonde Cabral desceu e um monte de Oca de índios. Bem fofo. O mar quase não tem onda, uma beleza para quem tem criança, afinal, dá para ver os siris e os peixinhos na água cristalina, a criançada ama.

A noite, era hora de despedir das amigas paulistas, e o carnaval não parava de gritar : CHEGUEI !
A cidade começou a lotar, e no sábado de manhã, já era difícil ouvir português nas ruas, os espanhois e ingleses, dominam a cidade nessa época, só se ouve ''carnival'', ''samba'', ''caipirinha''. Fiz um bico de tradutora para um australiano e resolvi curtir minha última noite na Bahia, no hotel, quietinha, vendo o mar.
Um dia eu volto, Bahia, um dia eu volto...
Bem pertinho do meu hotel, essa placa. Não esqueço, não esqueça. Valeu Bahia.




domingo, 3 de fevereiro de 2013

Para Cida, com amor.


E hoje, depois de tudo, quase sem medo do mundo, quem sou eu ?
São 2 da manhã, em volta de mim, a correria de um aeroporto, algumas horas para eu realizar o meu primeiro grande sonho, que pra você, que me lê, pode parecer uma bobagem, mas me faz lembrar quem sou eu, na essência.
Nunca falei muito sobre o meio do ano passado, foram meses dos quais eu queria me esquecer. Mas hoje não quero mais, porque graças aquele fundo do poço, aqueles medos, eu sou mais eu hoje.
Parece um texto de auto-ajuda, mas não é.
O meu pai, é um cara íncrivel que ficava de mãos dadas comigo para me lembrar quem eu era, minha mãe, do jeito dela, segurou todas as minhas barras. Meus verdadeiros (e grandes) amigos, cada um do seu jeito, correram atrás de mim, quando eu queria fugir do mundo. Meu irmão, não é de sangue, mas é ligado de coração comigo e mesmo sem saber, correu pra me salvar, porque sentiu que eu precisava.
Eu descobri novos amigos, em gente que nem imaginava, eu ganhei a Carol, que me faz ter orgulho de mim, mesmo louquinha assim. Porém feliz.
Eu hoje, mais do que tudo, quero ser eu e tenho orgulho de TODOS os dias que me trouxeram até aqui.
Fique firme, nos momentos difíceis, ao lado dos seus, não se esqueça de quem você é.
2012 passou me ensinando muito, mas esfregando na minha cara, que apesar e acima de tudo, eu tenho o maior potencial do mundo pra ser feliz.
Valeu 2012.

Agora vou me renovar.
E vou torcendo para voltar cheia de histórias novas para vocês, cheia de fé e amor.

 PS : Cida é a minha terapeuta, que toda quinta, tenta tirar um pouco de drama dessa alma e me fazer ver que a vida é linda quando a gente desencana de pirar. Valeu, Cidinha.



'' Meu coração tá sujo e areia, venha comigo dar um pulo no mar, 
só pra ver se limpo essa sujeira e desencano de amar.
Quantos amores de verão caminham no verão?
(...)
O importante é que faz sol com ou sem você ''

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Rabiscos


Nunca fui recatada demais para fingir gostar de joguinhos, eu os detesto, aliás. Sempre fiz questão de mostrar se eu queria, quando eu queria e porque eu queria. Talvez por isso meu status solteira custe a mudar.
Dessa vez não vai ser diferente, nada vai mudar, é só mais uma dessas mini-paixões por alguém bonito demais que eu conheci em alguma noite cheia de bebida e risada. Agora eu sou assim.
Esse texto nem existe fora da minha cabeça.
É estranho escrever pro nada, gostar do nada, falar pro nada. É estranho querer você, seu nada e qualquer coisa que vier junto com isso.
Sorrisos raros, andar na minha frente, nenhuma mensagem, ligações são algo que nem imagino, ao mesmo tempo, o mais companheiro no momento difícil.
Marcado na pele, pra sempre, em tantas vidas, em outras vidas, na minha não. Ainda.
O meu orgulho, o teu medo, meus monstros interiores e minha necessidade de ser aceita em qualquer lugar.
Eu sem ser eu, como a quase 3 anos atrás, quando conheci o amor mais louco e conturbado da minha vida. Você não sabe, não sonha. Eu corro, ao lado, espero você tomar água e descansar. Te olho cuidando e você esnoba, de cima do pedestal da falsa modéstia. Você sabe.
Um milhão de mulheres, saiam daqui, é a minha vez.
Você não manda ninguém embora, você só me manda relaxar.
Eu odeio quando me mandam relaxar. Eu não sei relaxar, nunca aprendi.
Só te peço que de todas as conversas, você, caso me queira, não se esqueça que eu não costumo mais correr atrás de quem sabe aonde me encontrar.

Nenhuma revolução se ganha sozinho.
E eu nunca corri de lutar.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Você não


Ele é assim mesmo, você sabe, meio grosso, meio menino, pare de correr atrás.
Mais uma viagem juntos, trezentas e setenta e seis patadas em 4 dias, a bipolaridade sentimental é a dor mais cruel, mais real e mais humilhante. Hoje amor, amanhã desprezo, uma vida de esperança.
924 dias de orgulho ferido.
Ninguém entente, eu já não quero, não gosto, tenho quase nojo. O amor sumiu, eu mudei, não sinto mais nada, brinco, saio, bebo. Não me reconheço, não reconheço você. Não temos nada do casal incrível, dos email leves, das piadas. Você não e pronto.
Olho para você sorrindo, calado e te admiro, quase vejo em você aquele mesmo menino com medo dos sonhos que um dia me acordou para dizer que aquela era a melhor noite da sua vida.
Você abre a boca, pega um cigarro, olha uma  bunda que passa, eu quero sacudir você, lembrar você e me odeio, o tempo todo, por tudo, por nós, pelos milhares de textos, por esse blog, por todo mundo que sabe, pelas risadinhas quando citam seu nome na minha frente, pela minha auto-afirmação ''sou feliz, sou madura, te esqueci'' quando estamos perto.
Pelas mensagens de madrugada. Pelo ''eu te amo'' não dito na nossa última noite de amor.
O orgulho quando alguém sabia que tivemos uma história que hoje virei mais uma das que você ''pegou''.
Eu bonita chegando na mesa do bar, você do meu lado, me chamando para ouvir minha banda favorita. Minhas perguntas indiscretas e sua risada de confirmação sem querer dizer que eu era parar você a mesma coisa. Sua admiração por meninas discretas e eu falando alto, rindo, fazendo piadas, sendo a menina mais engraçada da nossa turma. Nossas viagens, eu acordando você para perguntar se queria um prato de jantar, você fechando a cara, eu com pena das meninas que te olhavam e viam em você um pretendente sem saber por tudo que passei nesses 924 dias.
Você não está convidada para minha vida.
Você não está convidada para o meu mundo.
Você não está convidada para minha casa.


O mundo acabou, a vida parou, a casa caiu.

Você murchou, eu floreci, todo mundo notou.
Agora, o meu menino do sorriso lindo, do beijo bom, só vem me visitar nos sonhos. O frio na barriga quando você tocava a campainha, nunca mais eu vou ter.
Em dois anos, nenhum cara me fez sentir o que eu senti por você, mas hoje, depois do seu ''você não'', depois do choro, depois da pena alheia. Pela primeira vez em quase três anos : Eu não quero você de jeito nenhum, nem pintado de ouro, de carro do ano, de amor perfeito, com buquê na mão.
Hoje você morreu e eu nem fui no velório.


O amor não está convidado para a festa e eu quero você fora.

Adeus.