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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Estandarte do Brasil

Eu merecia e fui me encontrar com uma parte de mim que sabe que só sou plenamente feliz perto do mar. Eu já conhecia o Rio, talvez numa das viagens onde eu via e sentia tudo que estava fora do lugar, mas tapava os olhos. Eu e a minha mãe dormíamos no mesmo quarto, na minha infância e eu brincava de boneca tendo as novelas como plano de fundo e nelas, sempre o Rio. Quantas vezes fantasiei com passeios pelas praias e em ver o cristo redentor ao vivo? Nem eu mesma sei.
Dessa vez, a vida era tão outra que eu nem parecia mais aquela que queria ver deslumbramento e ânimo nos olhos de outro alguém e querendo que entendessem o brilho nos meu olhos que no fim se apagou. Eu mudei tanto. Mergulhei, sentei na areia, encarei por horas o mar e sempre tomava um susto quando me lembrava que tão pouco tempo atrás eu achava que nunca me sentiria viva assim. Vesti minhas fantasias, conheci gente. Fiquei horas na Praia Vermelha entre um mergulho e ver o sobe e desce dos bondinhos. Vivi tanta coisa sozinha e ao mesmo tempo tendo em mim todas as minhas amigas que me incentivavam a me encontrar comigo. A fazer o que eu quisesse. 2 de Fevereiro, dia de Iemanjá, levei uma rosa pedindo que curasse de vez meu coração.
Rio de gente que ri, de vida e de calor. De pessoas acolhedoras, engraçadas e preocupadas com o Rio que eu via. De sal, de sol e coração para sentir. Tudo que o Rio me deu.
O Rio obriga a gente a olhar pro lado e ver alegria na vida. O Rio no carnaval é o colorido e o sorriso que eu julgava ter me afastado do que eu pensava ser o que eu queria da vida mas que me lembrou que é de muito colorido que eu sou feita e é isso que eu tenho que querer. Eu conheci alguém lá e tive vontade e coragem para deixar me verem nua no claro sem medo de morrer um pouco depois caso me lembrasse de antes . Foi inesperado, leve e legal. E eu descabeladamente com sorriso, sabia que poderia ser eu sem me importar muito, porque a poesia mora em mim também.
A cada passo a minha personalidade de contadora de casos ganhava um pouquinho de brilho e eu me lembrava que conhecer gente é minha coisa favorita no mundo. Junto com dançar e dar risada.
Sabendo que sim, eu teria ainda que lutar com a preguiça de levantar todos os dias, que eu ainda me sentiria mal por muitas coisas, teria que sofrer muito pra calar a boca e que meu sentimento ainda colocaria melancolia nos meus olhos muitas vezes. Mas tudo bem, ainda colocaria meus pés no mar e já aprendi que amanhã é um novo dia. A vontade de ser grande me tocou de novo, eu abri o coração para entender que não preciso me importar com o que pensam e isso é lindo porque mesmo sem nada meu, eu Rio.