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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Peter Pan

Acho que minha crise adolescente vem demorando demais a passar. Desisto dos meus sonhos, um por um. Tenho medo do futuro, da vida, de colocarem meu destino em minha mão, de não ter meus pais para poder culpar quanto os meus fracassos. Eu sou só uma menina boba que não quer crescer.
Enxergo daqui que só eu sou responsável por minhas tristezas, fraquezas e medos.
Decepciono a cada dia, quem mais espera de mim : eu.
Não sou motivo de orgulho, não sou motivo de sonhos, sou tristeza, melancolia, peso.
Se hoje fosse meu último dia, amanhã nada ia mudar. Algumas pessoas ficariam tristes, meus pais, meu namorado, dois ou três amigos, talvez. No mais, vida que segue. Minha existência não muda a vida de ninguém. Nem a minha.
Cometo o pior dos pecados, jogo fora minha vida, sem ceder meu lugar no mundo para outra pessoa.
Tenho medo de morrer e receber de Deus a sentença de já estar morta a muito tempo.
Não termino meus planos, não sigo meus sonhos, deixo que meus medos me dominem.
A fase que não passa. Os remédios que não trazem mais alívio nenhum. O drama que não me faz ser mais engraçada e inteligente.
Meus amigos tem suas vidas, ninguém pode parar e me acudir. Antes os dedos faltavam para contar os amigos, hoje...pois é.Só eu.
Eu não consigo ter orgulho de mim.






Eu não existo.

4 comentários:

  1. Nossa... me identifiquei tanto que parece que fui eu quem escreveu. Tudo que agora eu sinto é isso e, santo Deus, como eu NÃO desejo que mais alguém sinta também.

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  2. Linda... Essa fase passa!
    Basta você querer com o coração!
    Super Beijo!

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  3. Estranho Adriana, como você arrancou do fundo da minha alma tudo que eu tinha medo de falar em voz alta, e que agora é tão fácil de admitir. Tenho sede do futuro, mas medo das escolhas. Minha mãe diz que eu sou a rainha dos cursos intermináveis, e sei que ela está correta em certo ponto. Meu pai, também me cobrando pra fazer direito, porque minha irmã mais velha é advogada como ele. Mas e meus sonhos? E toda essa vontade de ser algo, de ter uma vida confortável fazendo o que eu gosto de fazer? Jogo tudo fora, assim do jeito que você disse. No fundo do meu coração sei que eu não devia, mas no auge do desespero em não ser um fracasso, a gente corre atrás de sonhos que não são nossos. E aquela vida onde eu me sento em uma cadeira de balanço no fim da tarde e leio um livro tomando um café, é simplesmente depositada em um baú no fundo da alma junto com os outros sonhos que vão ficando pra depois, e que nunca vão se tornar realidade. Tudo por falta de coragem, mas não por medo. Medo, você sabe melhor do que eu, é inquietação do espírito diante de um eventual perigo. E definitivamente, ser feliz, ser amado, e realizar desejos não é perigoso. O que temos é medo (aí sim) do futuro. O futuro é perigoso por ser algo que ninguém pode prever, e pode mudar por qualquer decisão, mesmo que muito pequena. Eu queria ter a coragem dos fortes de coração, que sonham e buscam com todas as suas forças o sonho. Quem sabe um dia nós mudamos isso, não é mesmo? Só queria te dizer que te agradeço, e que como você sabe, você não está sozinha nessa situação.

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  4. Eu me identifiquei tanto com esse texto que até me assustei por alguém conseguir descrever toda essa confusão que trago dentro de mim.
    Fim de ano faz a gente olhar pra trás e analisar tudo o que fez, tudo o que foi.. e eu não vejo nada, não encontro onde me apoiar e gritar: "olha, eu fiz isso, eu signifiquei algo pra mim mesma esse 2011 todo!". Isso me faz sentir uma zé-ninguém a mais no mundo. Mas, ao ler isso aqui, diminuiu um pouco esse aperto no peito: achei alguém que sente igual :)
    Enfim, amo seus textos, sua maneira de escrever. Achei seu blog por ai, numas coisas da minha prima e nunca mais larguei.
    bjs!

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Se você tem medo do amor, você tem coragem do quê ?

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