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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Verbos e despedidas.


Em todos os momentos o amor acaba. O nosso - tão fugaz e intenso - terminou naquele seu olhar de manhã. Não sei o que você pensou, não sei o que eu disse, não sei se foi uma palavra mal dita, um cheiro diferente, um beijo esquecido. Ali, o amor acabou.
O amor, sim, o amor, sublime e contraditório. Difícil e simples, doce e dor.
Eu amei você, amei sim, amei porque amor é um abraço, um aperto no peito, um sorriso, um coração pulsando.
Eu te amei quando você disse que seu depois do amor nunca foi como o nosso, te amei nas suas chegadas afobadas e nas tuas saídas dolorosas. Te amei no banho corrido, no primeiro ônibus só e no sorriso aberto.
Pirei por você. Pirei quando você disse não saber se era amor, pirei quando chorei como nunca ao imaginar outra deitada na sua cama, pirei quando passei a noite lendo nossas conversas. Pirei quando aquela menina que você sabe que eu detesto, veio jogando verde, como quem diz : ''eu te avisei''.
Morri algumas vezes do seu lado, sem você notar. Morri um pouquinho, como se morre todos os dias, com todos os nãos da vida, mas eu queria acreditar. Devia ser você, você dizia que era você.
Ontem, depois que você me excluiu da sua vida, mesmo dizendo antes que se eu fizesse isso, você ia ficar aqui na porta, até eu sair, lembra ?
Promessas são lindas só no momento que se acredita nelas.
Pois é, ontem, depois que você ouviu meu grito de dor e resolveu ir embora de vez, eu corri pro meu melhor amigo, e chorei o maior choro do mundo, chorei pela nossa morte, chorei minha esperança, por ter acreditado de novo em vão, chorei pela minha mãe me perguntando de você e por meus amigos querendo saber se eu não tinha mesmo feito algo pra você me tratar tão assim. Chorei e disse, entre soluços :
- Eu só me meto em roubadas.
E ele, tão perto e simples, me disse :
- Você é só amor e acredita que todo mundo é só amor também. Você não tá errada, ia ser perfeito, mas os caras não tem tempo de te descobrir completa e encanam e fogem. Ele sentiu medo, ele provavelmente nunca recebeu tanto amor e não soube lidar com isso. Preferiu fugir antes que se machucasse e pra isso, precisou matar você.

Pensei, fazia sentido.
Eu, tão inocente e sensível, fui até pedir desculpas, outro dia, quando ainda era tudo bom e leve, pra'quele cara que te contei que me ajudou, que eu tentei namorar e não consegui. Fui pedir desculpas pensando ''todo mundo merece sentir isso que estou sentindo.'' Torcendo pra ele também sentir isso por alguém, pois eu seria um pouco culpada caso ele não mais acreditasse no amor e isso eu não quero representar nunca, pra ninguém.
Todos os meus dramas, que você fez questão de gritar que eram o motivo da sua frieza corrosiva, eram uma maneira de te avisar pra tomar cuidado pra não me perder, já que você dizia temer tanto isso...
Agora, no chão frio, com o colo de alguns bons amigos pra contar, umas lembranças a me perseguir, me levanto e vou embora, a dor ainda dói muito, pode ser que algumas vezes eu ainda te ligue, esperando ouvir sua voz arrependida, e não me culpo por isso. Não me culpo por nada.
Desculpa o auê, eu não posso, não consigo e não quero ser só uma amiga, pra mim não dá. ''Não rola''.
Mas um dia, assim, se der, lembra de mim com um sorriso bonito, eu vou tentar fazer o mesmo por você.



Mas no amor, acredite, porque cê sabe né, o amor cura....



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Se você tem medo do amor, você tem coragem do quê ?

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